Marconi Barros, um ausente picoense

Marconi Barros, um ausente picoense

Segura na Mão de Deus, pois ela, ela te sustentará ...

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Textos

BILHETE
A ela acostumei-me
Como se a selvagem animal
Que vem enjaulado
Com os astros dos circos
Como se aos crepúsculos
Artísticos, efêmeros  que encerram
As belezas dos dias
E encurtam a visão
Como algo natural
Um fruto maduro
Que cai
Uma flor que murchou
Como se ao aguardado
Ponto final das lições ditadas
Como as regras apenas suspeitadas
Das mocinhas que se resguardam
Acostumei-me a ela revestida
De metafísica e de valores adjacentes
Essa morte gratuita  semeada
Repleta de violência
De sangue e de noticiários
Morte de jovens
Por excesso de tráfego
Por falta de tudo
Por qualquer coisa
Crianças atiradas pelas janelas
Turistas concretizados
A esta não me acostumei
Mas a sinto próxima de nós
Como se um gato doméstico
Que se banha após
Ir ao rato com indiferente fome




Marconi Barros
Enviado por Marconi Barros em 16/12/2008
Alterado em 26/01/2009

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Marconi Barros, um ausente picoense