Na nossa casa bem no Centro
Batida de ventos
Com frestas e arestas e um pomar quintal
Houve um tempo em que
Eu,  homem menino, acordava
Pelas quatro da madrugada
Para ouvir nos trapiás, tamarindeiros e romãzeiras
Passar o vento e me contar
O zum-um zum-um duns poucos besouros
Em som mirífico, alado
Que se antecipava ao bzzzzz bzzzz bzzzz
Das abelhas mil chegadas logo após
E nas asinhas colibris traziam sóis
Tudo secundado lá no início
Pelo canto dos galos interioranos
Que gemiam de frio
E demandavam pelo sol
Cantos que ouvia antes mesmo  do acordar
Outras eras, mundos e modos
Do nosso lado de lá
Ainda havia montarias
A fé no avanço e o desconhecido
As distâncias e o anonimato
Onde um era um
Jornal impresso, rádio, cartas e bilhetes
E o tempo dos ramalhetes
Este mesmo era outro
Nem melhor nem pior
Apenas outro