Marconi Barros, um ausente picoense

Marconi Barros, um ausente picoense

Segura na Mão de Deus, pois ela, ela te sustentará ...

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Textos

A MORTE DE DONINHA
Doninha dormiu seu sono de passarinho
Passou café, passou roupa, passou mal
Reclamou duma dor no peito, em vão
Não lhe deram ouvidos
Regou as plantas e o quintal
Fez o almoço
Mas deixou o feijão queimar
Não veio tirá-lo do fogão de lenha
Pois dormia agora seu sono de pedra
A noite tomávamos café
Em sua casa com filhos e netos
Ante seu corpinho inerte
Nosso bêbado público
Recebia os pêsames como se fosse da família
Acudia a todos com conselhos sensatos
Insensível aos bogaris, lírios e aos limoeiros do quintal
Reclamava do odor de feijão queimado
Fosse outra a ocasião
Doninha lhe daria café quente
Em copo de alumínio para bêbados
Sem asas, seguido de banho de penico
Marconi Barros
Enviado por Marconi Barros em 23/06/2025
Alterado em 14/07/2025

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