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NAÇÃO CAJUEIRA
Solo de areia,
Pouca chuva E muito sol Paciência Danças apiárias E o Nordeste se revela Abastado Tingido de amarelo E vermelho Cajus púrpura Prestam-se ao olhar O travo A poesia O mercador Já os dourados São doces, tenros E difíceis de embalar Convidam besouros, abelhas, pássaros E meninos Que se proponham a os segar Em nosso quintal de subúrbio Tive Por minhas mãos plantados Três cajueiros Que na terceira carga Maravilharam-me por demais Cabeças-vermelhas já não havia Nem na feira dos passarinhos Mas cinco bandos deles Em dúzias divididos Revezavam-se nos frutos do meu labor E me fizeram menos pobre Privando com os sessenta cardeais E as inumeráveis abelhas Que zumbiam cedo, após o canto dos galos Ciente das nossas possibilidades O mundo é uma fruteira Pelo trabalho árduo revelada Infância nordestina Era de passarinho Adolescência, também Minha vida vem sendo De plantador de caju Enterrando castanhas Regando-as No aguardo de milagres Uma vez mais Revelados
Marconi Barros
Enviado por Marconi Barros em 16/04/2008
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