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GENEALOGIA
Recompondo a gravata,
O terno, O verso E a cueca A pergunta que se faz o poeta é esta : - Quem sou ? Barros vindos Da Península Pra São Salvador Capital do Império do Ontem Ou pós-neto de africanos Que se compôs com as índias E os fugidios ? Quem não aspira Montar a árvore genealógica E se descobrir entroncado Numa parentela nobre ou burguesa ? Lusa ou espanhola ? Primo do Imperador Neto d’algum conde ? Ultra parente de donatário Europeu longe de casa Traste de sangue azul ? Hipócritas e fraudadores Suas biografias são de jardineiro Plenas de podas e enxertos Se bem re-mapeadas Seriam, e pro vosso bem, Taba Senzala E degredo Assim não temos cerimônia Desconhecemos a etiqueta Nos perdemos ante os talheres Acreditamos nos políticos Não lemos bulas Nem manuais de instrução Amamos álcool, futebol e samba Irmãos gêmeos dos feriados Sofremos a semana toda Como negar os raios de sol Trazidos dos mouras A nos agigantarem os narizes E a legítima fé ? Como esconder os dentes alvos O dengo em nossas danças O apego à rede, ao fumo e à natureza ? A benevolência para com essa corja ? Minha biografia Não é científica Nem geográfica Nem poética Nasce da reflexão É apenas Popular E certamente Não descasa muito da tua O poeta ora se acha Em casa Não veio de lugar algum Está sem ânimo pra seguir Mas se chegou até aqui Foi com sofrimento É filho de Deus E produto da mistura De água, barro e ar Sente-se então Água evaporada, Poeira decantada, Fino pó No divino ar... Somos todos Do tronco Divino Filhos de Deus A Deus: Graças ! Graças a Deus ! Teu sangue não é vermelho, Da plebe, Ou azul Teu sangue é assim De líquida estrela luz
Marconi Barros
Enviado por Marconi Barros em 16/04/2008
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